segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Capitão Phillips

Segundo o dicionário da língua portuguesa, pirata é indivíduo que pratica a pirataria, sozinho ou em grupo atravessa os mares para a execução de saques e pilhagens à navios e cidades para obtenção de riquezas e poder.
No ano de 2009 uma série de ataques e sequestros à navios mercantes na Costa da Somália, chamou atenção do mundo para uma das mais importantes e mais perigosas vias de navegação do mundo, o famoso Chifre da África. Os piratas atuavam de forma muito organizada e com táticas bem planejadas. Utilizando-se de equipamentos como radares e aparelhos de GPS para rastrear e localizar seus alvos. Com lanchas pequenas e muito rápidas, perseguiam e subiam a bordo usando equipamentos como escada e cordas. Além disso, contam com armamentos militares de grosso calibre (lança-granadas, rifles ak-47).
Esta pequena introdução caracteriza a história contada no filme Capitão Phillips (Captain Phillips, 2013), dirigido por Paul Greengrass, diretor inglês mais conhecido por ter feito os dois primeiros filmes da Trilogia Bourne, e estrelado por Tom Hanks. É um filme dramático com muitos elementos de ação e tensão extrema. O enredo do filme é baseado em fatos extraídos do livro de Richard Phillips (A Captain’s Duty: Somali Pirates, Navy SEALs, and Dangerous Days at Sea), ex capitão do navio cargueiro MV Maersk Alabama.
O filme começa com Rich Phillips arrumando as malas para mais uma viagem a trabalho, cortando para uma cena bem do cotidiano em que ele conversa com sua esposa sobre a situação dos filhos e sobre o futuro dos mesmos. O filme faz questão de contextualizar e monstrar o abismo que existe entre o cotidiano norte americano com o dia-a-dia dos habitantes da Somália e da maior parte do continente africano.
Abduwali Muse (Barkhad Abdi) e outros habitantes de sua vila trabalham para uma organização criminosa que atacam navios mercantes, petroleiros e todo tipo de embarcação que possa lhes prover dinheiro, bens de valor, ou alguma vantagem.
Conforme relatado no filme o Capitão Richard Phillips tinha muita experiência nos mares e já sabia da ameaça pirata, sendo assim, treinava situações de ataque e possuia algumas ferramentas, certos procedimentos, que poderiam ser usados em uma possível investida pirata. Mas mesmo com a experiência e treinamento, no dia 08 de abril de 2009, o Alabama teve seu convés invadido e rapidamente o passadiço foi rendido e ocupado por 4 bucaneiros somalis entre eles o líder, Muse.



O filme possui cerca 2 horas e 14 minutos de duração e entrega o que promete, tensão constante, além das excelentes atuações de todo elenco, especialmente os piratas somalis e o capitão Phillips que Tom Hanks interpreta de forma fantástica e tornando-se assim novamente favorito ao Oscar em 2014.
Capitão Phillips é um excelente filme, de drama, ação e suspense (principalmente para aqueles que não sabem o que aconteceu no sequestro do MV Maersk Alabama). As cenas se desenrolam com muito realismo e tensão, fruto da técnica de filmagem do diretor junto da trilha sonora imersiva. Destaque especial para atuação de Barkhad Abdi (Abduwali Muse), que fez sua estréia nos cinemas de maneira fantástica.

Curisiodades:
1)   Uma das polêmicas que o filme causou é o fato de focar apenas no livro de Richard Phillips, que retrata apenas a visão do capitão, gerando críticas por parte da tripulação que alega que nem tudo que está contido no livro realmente aconteceu, ou que aconteceu de outra forma. A propósito, de acordo reportagem do jornal americano New York Post* um dos membros da tripulação chega a culpar o capitão pelo sequestro do návio. Conforme palavras de Deborah Waters (advogada de 11 dos marinheiros que processam as linhas Maersk por não ter sido oferecido segurança suficiente para tripulação): “A tripulação implorou a Phillips para não passar tão próximo à costa da Somália e ele disse que não teria medo de piratas ou mudaria seu curso por causa deles”.
2)   Paul Greengrass, o diretor do filme, é conhecido pela forma frenética de filmar com câmeras em movimento e por manter um clima de suspense entre equipe e elenco. “Greengrass não falava como queria a cena. Ele preparava o cenário e dizia: ‘Vamos ver o que acontece’”; “Seu desejo por verossimilhança e honestidade era a única forma de seguir com esse projeto”, diz Tom Hanks.

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